Petroleo

A indústria do petróleo é mundialmente reconhecida como uma das atividades econômicas com maior potencial de impacto ao meio ambiente. Para se alcançar essa percepção, basta considerar que essa atividade extrai de alguns poucos locais específicos das entranhas da Terra um material com características peculiares - o petróleo - e o transporta em volumes gigantescos através dos sete mares e dos cinco continentes. Na grande maioria das vezes, seu próximo destino após a extração não é o seu destino final, fazendo com que o óleo bruto e seus inúmeros produtos e sub-produtos percorram uma rede de distribuição e beneficiamento bastante intrincada, estabelecida de acordo com as diferentes necessidades de cada país ou região. Nessa seqüência, novas etapas de transporte e distribuição em variadas escalas são adicionadas, até que os resultados finais de todos esses processos cheguem às suas formas e destinos finais - por exemplo, a gasolina nos postos de combustível e os diferentes tipos de plástico em nossas residências. Não é portanto de se estranhar que, dentre o leque das atividades antropogênicas, a indústria do petróleo tenha um potencial de impacto ambiental provavelmente único.
É na parte mais superior dessa cadeia de produção, que inclui a extração, transporte e refino do óleo bruto e o transporte de seus produtos e sub-produtos, onde se observam as maiores chances de poluição ambiental - nos campos extrativos em terra e no mar, nas áreas portuárias de carga e descarga, nas refinarias e nas rotas de transporte. E é justamente nesse segmento superior onde de fato estão registrados os mais graves acidentes ambientais da era industrial, destacando-se dentre eles o derramamento de 180.000 toneladas de petróleo bruto do navio "Exxon Valdez", na costa sudeste do Alasca em 24 de março de 1989, e, mais recentemente, o naufrágio do navio petroleiro "Prestige", na costa noroeste da Espanha em 19 de novembro de 2002, com 77.000 toneladas de óleo combustível derivado de