Estudo de Caso
Judith L. Green/Carol N. Dixon/ Amy Zaharlick
Para as autoras a Etnografia como uma lógica de investigação é abordada como tal, embora haja uma grande e já bem conhecida controvérsia acerca de como a mesma é entendida quando aplicada às pesquisas educacionais. Muitos trabalhos que se autointitulavam “pesquisas etnográficas” na realidade eram pesquisas de observação que não supriam as necessidades impostas pela pesquisa etnográfica, nem honravam as tradições antropológicas que sustentavam a pesquisa de cunho etnográfico Heath (1982). As autoras ainda salientam que subjacentes a essas críticas, ainda está o desconforto gerado por educadores que se apropriaram de métodos etnográficos, sem o devido entendimento acerca de seus embasamentos teóricos, propósitos e metas. Tais críticas, segundo o entendimento das autoras, não dizem respeito a validez da pesquisa efetuada, e sim aos métodos e procedimentos executados a fim de que os resultados fossem alcançados, por exemplo a observação do ponto de vista etnográfico contrastado com os diversos outros tipos de observação pertencentes à outros campos do saber, como Sistemas de Categoria; Sistemas Descritivos; Sistemas Narrativos; Registros Tecnológicos - Evertson e Green (1986). O uso de tais sistemas pode sim contribuir em uma pesquisa de cunho etnográfico, no entanto o mero uso dos mesmos de tais abordagens de observação de forma isolada não constitui, por si só, método etnográfico. (Green e Wallet, 1981; Le Compte e Priessle, 1993; Spradley, 1980).
Metodologia etnográfica é mais que uma mera técnica; na verdade, abrange relações entre teoria e método. Tais relações formam a base para a construção do conhecimento e conjunto chamado de ecologia intelectual Toulmin (1972).