Estudo de Caso
Ao analisar a obra de Libeskind, a primeira sensação que eclode é a de espanto, de desorientação, quem sabe até de horror. É clara a intenção do arquiteto de rompimento com o tradicional, deslocando a mente do observador para um fenônemeno atípico, um volume pontiagudo que corta um outro bloco já consolidado. Não parece simples entender o propósito daquela forma desenhada, mas talvez mais fácil compreender que a união de dois tempos diferentes serve para melhor entendê-los e destacá-los na visão do homem. O contraste levanta questionamentos e volta o pensamento para a indagação de uma possível justificativa, sendo então explicíta a proposta conceitual de causar esse espanto e por seguinte de tentar entender o conflito desses dois volumes que no fim tornam-se únicos.
O Museu Militar da cidade de Dresden, na Alemanha, já possui mais de 100 anos de história. Ali já foram expostos artefatos de um museu comunista, de um nazista e assim sucessivamente, um reflexo da história política da Alemanha. Depois da Segunda Guerra Mundial, o museu foi desativado e ativado novamente contando com uma grande variedade de itens que contam a história militar deste país. Esse novo caminho político e econômico que a Alemanha vem desenvolvendo nos últimos anos fez com que fosse lançado um concurso para a ampliação do museu, podendo agora mostrar e contar conjuntamente todos os acontecimentos dos anos de vida militares da Alemanha. O projeto de Daniel Libeskind foi o vencedor provavelmente por levar ao extremo esse objetivo: de desconstruir a história militar alemã e recontá-la através de um olhar contemporâneo, destoando o velho do novo.