Estudo de caso
Por Luana Caires, em 15.10.10
O ar "carregado" de capital paulista, foto: Pétria Chaves
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Não é à toa que o problema da poluição do ar seja considerado grave por 35% dos paulistanos e muito grave por 61% deles. Em dias de alta contaminação, o risco de mortes por doenças respiratórias e cardiovasculares aumenta em 12%, os números de internações sobem até 25% e cerca de 4 mil pessoas morrem por ano em decorrência da má qualidade do ar, segundo estudos do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP.
Quando absorvidas pela respiração, as partículas poluentes ficam alojadas nos pulmões e resultam em uma inflamação que libera no sangue substâncias que alteram sua viscosidade. A longo prazo, a exposição prolongada ao ar contaminado pode levar à hipertensão arterial e à aterosclerose (entupimento dos vasos sanguíneos), aumentando as chances de falecimento por derrame cerebral, infarto do miocárdio e arritmia, uma das causas da morte súbita. E os males não param por aí: a poluição também é associada à infertilidade, ao aumento de risco de doenças autoimunes e ao diabetes.
O ozônio e o material particulado (partículas inaláveis) são as substâncias que mais comprometem a qualidade do ar da cidade. Com a espessura de um quinto de um fio de cabelo, esse último é apontado como grande vilão por pesquisas sobre a relação entre poluição e problemas respiratórios. As partículas inaláveis causam irritação nos olhos e na garganta e ainda penetram nas regiões mais profundas dos pulmões, provocando doenças crônicas principalmente em idosos e crianças.
Dados do Relatório de Qualidade Ambiental da Secretaria do meio Ambiente apontam para a estabilização da concentração dessas partículas na capital. No entanto, no caso do ozônio a situação é preocupante. Em 2009 foram 271 ultrapassagens do padrão aceitável para a saúde provocadas por esse poluente – número que cresceu 34% em relação ao ano anterior – e em 54 casos o nível de poluição foi tão