Estudo de Caso Polaroid

NEGÓCIOS Nº edição: 542 | 20.FEV - 10:00 | Atualizado em 15.03 - 16:19
Filme queimado
Para reinventar o próprio negócio e sobreviver ao avanço da era digital, a Polaroid desiste de produzir a tradicional máquina analógica e o filme de revelação instantânea
Por ROSENILDO GOMES FERREIRA
ÍCONE POP: nas mãos do artista pop Andy Warhol (na foto do meio), a câmera virou cult ao ser usada para fotografar celebridades como Liza Minelli
Algumas empresas têm uma capacidade tão grande de revolucionar um setor que seu nome se torna sinônimo de categoria dos produtos que fabrica. É o caso da americana Polaroid. Nascida como uma fabricante de equipamentos militares (máscaras de mergulho, óculos para pilotos de caça e binóculos), ela ganhou dinheiro, fama e prestígio global em 1948 com a invenção da câmera e do filme de revelação instantânea. Exatos 60 anos depois, a companhia anuncia o fim da era Polaroid. A aposentadoria dessa "jovem senhora" deixará uma legião de órfãos nos quatro cantos do planeta. É que, além de objeto de lazer, a máquina se tornou um ícone da cultura pop. O artista plástico americano Andy Warhol fez da Polaroid uma amiga inseparável. Com a câmera, ele clicou celebridades do mundo dos esportes, das artes e socialites, como Pelé e Liza Minelli. Entre as pessoas comuns, a câmera também fez muito sucesso. Era presença obrigatória em aniversários, batizados e baladas freqüentadas por moderninhos, a partir da década de 1960. Pelo lado corporativo, pode-se dizer que a empresa foi vítima de seu próprio sucesso. Vergada sob uma dívida de US$ 1 bilhão, a Polaroid quase foi à falência em 2001. Quatro anos mais tarde, ela foi adquirida pela Peters Group Worldwide. Os novos gestores adicionaram ao portfólio aparelhos de DVD, TVs e MP3.
O avanço da tecnologia digital, no entanto, se revelou mortal para a velha câmera analógica. As vendas da Polaroid caíram em uma velocidade tão grande que não fazia mais sentido continuar a produção. No Brasil, os efeitos só não