o mundo é um ovo
Daniel Salamanca Núñez
Desde o início do ano 2006 me impus um ritual simples: tirar uma foto Polaroid® a todos os que conhecia (amigos, familiares ou companheiros), e, depois, a todos os que ia conhecendo, direta ou indiretamente. A ideia desse experimento social, que apelidei com a expressão popular ¨O mundo é um ovo¨, era comprovar se a teoria dos seis graus[2] era verdadeira, e não uma conjectura infundada e sem sentido. Em linhas gerais, esta teoria tenta provar que qualquer pessoa na Terra pode estar conectada a outra por meio de uma cadeia de conhecidos que não possui mais que cinco intermediários.
Bom, o projeto é composto por mais de 800 fotografias, várias versões de mapas reunidas em uma atlas, 17 álbuns e uma série de 54 pinturas e desenhos que, junto com um cubo Rubik gigante, constituem um pequeno mundo da arte de Bogotá. E, ainda que a ideia tenha talvez nascido sem maiores pretensões, em alguma noite insone, logo percebi que por trás dessa reflexão sobre as pessoas que me rodeavam e a forma como me relaciono com elas e o mundo, se escondia uma fascinante teoria sociológica. Por um lado, falo de um esquecido experimento de Stanley Milgram[3]; e, por outro, de uma profunda e detalhada pesquisa realizada por Duncan J. Watts, em seu livro Six degrees, The Science of a connected age, em que expõe, de maneira prática e racional, os sistemas de conexão em que vivemos e sua possível aplicação no comércio, na indústria e na promoção da produtividade, e como ferramenta para as bases de dados ou aplicativos da Internet. O caso mais conhecido e difundido é a rede social Facebook[4], que precisamente se baseia nessas estruturas para aproximar as pessoas umas das outras e que hoje conta com mais de 200 milhões de usuários registrados em apenas 5 anos de vida. E, acreditemos ou não, a Internet não é mais que a versão virtual dessa teia de aranha de hipervínculos também aplicáveis na vida real. Porque uma alta porcentagem das