estudo de caso GOL
Principais informações setoriais de 2001, 2002 e 2003 Os quadros abaixo, construídos com os dados do DAC, ilustram a evolução da indústria após o início das atividades da Gol. Vários aspectos principais podem ser observados. Em primeiro lugar, o rápido crescimento da Gol, exibindo sempre aproveitamentos acima da média do mercado, apesar do tamanho médio de suas aeronaves ser maior do que a média do mercado. Em segundo lugar, o argumentado excesso de oferta em 2002 não foi ocasionado pela Gol, a qual praticamente ofertou o mesmo que a Transbrasil, extinta em 2001 (cerca de 5 bilhões de assentos quilômetros anuais). Em terceiro lugar, a relação oferta-demanda é praticamente estável de 2000 a 2003. Ou seja, se houve excesso de oferta, o fato é crônico, não se relacionando com a entrada de uma nova empresa porque, como já afirmado, houve uma troca de participantes com tamanho semelhante. Em quarto lugar, à exceção do seu primeiro ano de funcionamento, a Gol vem operando sistematicamente acima do seu break-even operacional, apesar de a indústria estar convivendo com severos prejuízos. Cabe lembrar que nos dados abaixo não estão incluídos os resultados financeiros, os quais atingiram muito pesadamente as empresas mais antigas, as quais conviveram com crônicos déficits de caixa. Em quinto lugar, verifica-se que os preços médios praticados pela Gol (yield) são cerca de 30% menores do que os da média da indústria, sendo que seus custos (custos por assento quilômetro) seguem a mesma proporção, daí decorrendo pontos de break-even semelhantes. Contudo, praticando preços mais baixos, a Gol conseguiu um aproveitamento maior de seus voos, em cerca de 6 pontos percentuais. Esse fato é bastante expressivo, porque na época faltava à Gol uma escala de operações suficiente para realizar ganhos de marketing relacionados com a escala (dominância de mercado).