Estudo alto Xingu
SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA
SENTIDOS E AFETOS NO ALTO XINGU
Fazer o belo, fazer humano
ALUNA: Bárbara aparecida Rodrigues de Carvalho
REGISTRO ACADÊMICO: GRR20100638
DISCIPLINA: Sociocosmologias indígenas
PROFESSORA: Andrea Oliveira Castro
CURITIBA
2013
Sentidos e afetos no Alto Xingu: fazer o belo, fazer humano As próximas páginas serão dedicadas a uma investigação do papel das experiências sensoriais e afetivas na manutenção (ou) transformação ontológica nas cosmologias alto-xinguanas, pensando a articulação entre estas o papel desempenhado pela ética e pela estética (que podem ser pensadas como uma ético-estética) em tal processo. O material aqui investigado e sintetizado advém da produção etnográfica realizada entre os Wauja (de língua Arawak) e Kalapalo (de fala Karib); ainda assim, diversas menções presentes nos referidos materiais apontam para uma disseminação mais ou menos geral de tais significantes entre as etnias alto-xinguanas como um todo. Tomo como premissas centrais as ideias de que os sentidos e os afetos em tais cosmologias são agentes poderosos tanto nas transformações quanto na manutenção do regime de equilíbrio entre as séries ontológicas e que o controle dos afetos e a socialização dentro de parâmetros estéticos são fundamentais na produção do “humanamente desejável”.
A ALTERIDADE EM SEU CORPO: DOENÇA, CURA, MORTE
O primeiro momento desta análise destina-se a pensar a articulação entre os conceitos de doença, cura, feitiçaria e morte, fundamentais à compreensão das exegeses alto-xinguanas. Como veremos a seguir, a doença sempre indica alguma forma de relação com agentes causais externos, e assim sendo, a cura consiste em atingir o equilíbrio com essas agências segundo as formas socialmente estabelecidas de humanidade
Doença e cura: humanizar o outro Como em grande parte das cosmologias ameríndias, temos entre as etnias