Estudante
Platão em seu diálogo metafórico do mito da caverna, nos leva ao questionamento do nosso comodismo em relação ao conhecimento para nós transmitido. Conhecimento este que pode ser de caráter científico, religioso, empírico, ou mesmo nossos próprios hábitos e culturas. Quantas vezes nos prendemos em opiniões pré-estabelecidas (não necessariamente por nós mesmos), ao que diz respeito a muitas coisas em nossas vidas? Quantas vezes não temos opiniões tão sólidas, de tal forma que nos fechamos à consciência para novas visões a partir de outras perspectivas? Aqueles homens presos na caverna acreditavam que seu mundo era apenas aquilo que conheciam e que o que ali viviam era o real. Inestimavam a possibilidade de uma nova vida, e da existência de “outros seres” que não as sombras tão bem conhecidas por eles.
O mito da caverna nos leva a perceber que, mediante a ignorância, torna-se proporcionalmente mais difícil a compreensão em entender o que é real, além de contribuir para o desinteresse da busca de novas experiências. Muitos de nós ainda estamos presos dentro da caverna, acreditando apenas naquilo que se vê, que se conhece, que se sabe comprovadamente – e que esta evidência não precisa ser questionada. Sábio aquele que reconhece que do universo e do que nele existe sabes muito pouco. É virtuoso quem reconhece que quanto mais se sabe, mais se tem a aprender. “O primeiro dever da inteligência é duvidar de si mesma” (Albert Einstein). Ora, mesmo se no ápice da ignorância, és capaz de concordar que deste universo sabes o mínimo possível, por que duvidar daquilo que é desconhecido? As pessoas têm esse medo de se abrirem para o novo. Ao que é incógnito.
Platão em determinado trecho de seu conto, enfatiza o sofrimento de um homem no momento da descoberta da verdade. Se, o homem que foi liberto, conhecia apenas aquela situação, preso dentro de uma caverna, de rosto fixo a parede e enxergando apenas sombras, como não sofreria diante do descobrimento de um