Estudante
A obra “O Chefão” (do inglês “The Godfather”), escrita pelo escritor estadunidense Mario Puzo em 1969 consegue, através de uma ambientação e da criação de personagens com personalidades marcantes, criar um universo que caracteriza com eficácia o sistema da Máfia siciliana em Nova Iorque misturando realidade com ficção. Girando em torno da Família Corleone, nota-se no decorrer da obra a psicologia empregada para a formação dos personagens e algumas relações claras com a política de Maquiavel (com base em "O Príncipe"). "O Príncipe" foi redigido por Maquiavel durante o governo dos Médici - além de ser dedicada à Lourenço de Médici II - e serviu para que Nicolau Maquiavel obtivesse o cargo de conselheiro da família. Por seus escritos servirem de base para a manutenção do poder na política, Maquiavel ficou conhecido como o maior pensador político da história. Uma das características mais marcantes de "O Príncipe" é o fato de ter sido a primeira obra escrita em provençal e não em latim. Muitos consideram esta atitude de Maquiavel como uma tentativa de aproximar o povo do livro, "armando" não só os Médici como também a população contra uma forma errônea de governo. À partir da leitura dos capítulos XV à XIX da obra de Maquiavel e do livro de Mario Puzo, é possível fazer uma análise mais completa da política empregada entre as famílias sicilianas no romance mafioso.
2. Desenvolvimento
2.1 A Família Corleone
O jogo político presente no livro de Mario Puzo gira em torno de Don Vito Corleone que tenta passar para seus herdeiros a mesma capacidade de centralização de poder e como administrar a Família de uma forma racional e "segura". Os Corleone são uma das famílias mais importantes de Nova Iorque. Além de possuir todos os políticos e juízes em suas mãos, são donos de uma companhia importadora de azeite, e são responsáveis por boa parte dos jogos de azar. A base para o poder da família são as "amizades"