estudante
Diz ASCENSÃO que “tal estado de natureza ou é tido como um período historicamente determinado ou como uma hipótese lógica”. E esclarece que “em ROUSSEAU, por exemplo, encontram-se afirmações que conduzem num e noutro sentido, enquanto que para KANT o estado de natureza é meramente imaginado” (1997, p. 18). Hoje, tem-se como cientificamente provado que fora da sociedade não há condições de vida para o homem.
Até mesmo do ponto de vista teológico, Deus não achou bom que Adão estivesse sozinho na Terra. No livro do Gênesis está dito:
Iahweh Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só. Vou fazer uma auxiliar que lhe corresponda” [...] Então Iahweh Deus fez cair um torpor sobre o homem, e ele dormiu. Tomou uma de suas costelas e cresceu carne em seu lugar. Depois, da costela que tirara do homem, Iahweh Deus modelou uma mulher e a trouxe ao homem (2,18-21-22).
Outrossim, a constituição biofísica do homem revela que ele foi criado para manter convivência com outros seres de sua espécie. Desde os primórdios da vida humana, os filhos serviriam de fator de estabilidade e organização do grupo familiar. Esse pequeno grupo denominado família propagou-se em cadeia, ligando-se a outros grupos, até chegar à formação de um grande grupo social.
Apesar de algumas experiências de isolamento do homem, ao longo dos tempos, a tese da sociabilidade humana não poderá ser contrariada cientificamente. O homem pode até viver isolado por algum tempo, mas não por toda a vida.
Para ARISTÓTELES, o homem é um ser eminentemente social, ou seja, é um ser da polis (cidade). Daí dizer-se que o homem é um ser político. Na verdade, o homem apresenta duas dimensões fundamentais: a “sociabilidade” e a “politicidade”.