estudante
Paper sobre o texto "Fray Martin de Porres: santo, ensalmador y sacamuelas" de Fernando Iwasaki Cauti
Ida Duclós
Originalmente apresentado para a FFLCH/USP
Entre as vítimas da Inquisição - séculos XVI e XVII -encontramos várias pessoas que praticam a medicina ‘popular, não somente utilizando-se de rezas e benzeduras, como também do seu conhecimento das plantas medicinais. Na cosmologia da época não estavam delimitadas as fronteiras entre o real e o misterioso, nem o campo entre os saberes científicos, religiosos ou populares. As bruxas e os feiticeiros que se dedicavam a cura transitavam entre estes limites e seu julgamento pela Inquisição dependia do reconhecimento ou não da Igreja Católica. É o caso do santo peruano Frei Martin de Porras, um prático dominicano que viveu entre estes dois séculos. "De ahi nuestre interés por analizar la figura de San Martin de Porras, ya que sudobre condición de mulato y barbero nos permite situar su actuación en la frontera de la medicina y la hechicería, apenas separadas en su época por una línea imaginaria y juzgadas desde la ambígua perspectiva de la fe." (Cauti,1994)
A medicina desta época admitia a profissão dos práticos. Os médicos diplomados pela faculdade diagnosticavam e prescreviam um tratamento, porém quem assumia o processo terapêutico eram os barbeiros, cirurgiões, tiradentes que se encarregavam das sangrias, entalar ossos quebrados e etc, baseados em sua experiência. Os médicos, apesar de possuírem um saber erudito, compartilhavam das crenças populares e mais ainda, das doutrinas teológicas da Igreja. Esta prescrevia a influência dos astros e as virtudes da eliminação das impurezas do corpo. "En efecto, los médicos de Lima en los tiempos de San Martin de Porras, se limitaron a enviar pacientes a los exorcistas, a publicar obras subordinando la ciência a la doctrina y a certificar milagros como si fueram escribanos de lo sobrenatural. De ahi que cirujanos y