estudante
Neste estudo, quando falarmos “drogas” estaremos nos referindo a substâncias psicoativas
— aquelas que afetam as dimensões da nossa consciência, emoções, comportamento motor, pensamentos, percepções, memória, inteligências, juízos e insights. Em síntese, afetam o funcionamento do nosso Sistema Nervoso Central ou SNC. E também de substâncias psicotrópicas: aquelas com potencial de gerar dependência1, por parte dos respectivos usuários.
Ambos os conceitos parecem nos ajudar a esclarecer melhor nossas dúvidas, por exemplo:
• Uma vez que substâncias psicoativas afetam o funcionamento do SNC, isto significa que afetam nosso ser em sua totalidade bio-psico-social-espiritual; e como não vivemos isolados, mas em sociedade, os modos como usamos substâncias psicoativas ou desenvolvemos certos hábitos pessoais, podem afetar diretamente (às vezes, negativamente) a nossa rede de relações, vínculos e pertencimentos sociais, assim como nossos projetos de vida;
• Além disso, estes conceitos nos propiciam compreender que diferentes substâncias psicoativas são potencialmente psicotrópicas em diferentes graus: é sabido que o processo pelo qual um indivíduo se torna dependente de crack é, em geral, muito mais rápido do que o processo de instalação da dependência de álcool;
• Ainda, a partir destes conceitos, podemos pensar no problema da dependência não só em relação a substâncias, mas em termos de hábitos (com efeitos) psicoativos e/ou psicotrópicos; por exemplo, no caso das dependências de Internet, jogo, compras, sexo ou comida. Os quais não são propriamente substâncias2, mas incluem objetos, produtos e práticas específicas,