Estudante
(Este texto, apresentado por Valter Pomar (SP) na III Conferência Nacional da AE, foi remetido para debate interno no conjunto da AE, pela Conferência)
O PT nunca foi uma unanimidade na esquerda brasileira. Na época da sua fundação, organizações como o PCdoB, o PCB e o MR-8 o acusaram de divisionista, valhacouto de revisionistas e agente da social-democracia.
Mesmo no interior do Partido, vários grupos consideravam que o PT era apenas uma legenda, uma frente, um expediente a partir do qual se podia alcançar as massas. Para a revolução, contudo, seria necessário construir um partido revolucionário, coisa que o PT não seria.
Essas críticas não impediram que o PT se transformasse, ao longo de duas décadas, no maior partido da esquerda brasileira. Maior do ponto de vista eleitoral, mas também e principalmente no que diz respeito a militância: é petista a maioria dos dirigentes da CUT, da Central de Movimentos Populares, do Movimento Sem-Terra, dos integrantes das pastorais sociais da igreja católica, bem como grande parte da juventude politicamente ativa.
Pelo menos desde 1990, contudo, o crescimento do Partido vem sendo acompanhado de problemas que repõem a questão: o PT é um partido socialista ou social-democrata? Um partido revolucionário ou reformista? Um partido à serviço das lutas sociais ou de carreiras eleitorais?
Desta ou de outras maneiras, milhares de petistas se questionam sobre o que está acontecendo com seu partido. Alguns abandonam a militância, outros se acomodam, outros buscam alternativas. Para um grande número de militantes, esta alternativa estaria no Movimento Sem-Terra e, mais recentemente, na Consulta Popular; para um número menos expressivo, estaria no PSTU ou, para ser mais preciso, na construção de uma organização que integrasse a esquerda petista, o PSTU e a militância da "esquerda social" que gravita ao redor do MST.
Em qualquer caso, a esquerda brasileira vive uma situação