Estudante
Envoltos em um contexto de ensino sobre o continente africano falho, acabamos por ter como conhecimento um senso comum a seu respeito. Analisando apenas sobre uma perspectiva eurocêntrica e deformada, reconhecemos-o de maneira caricata, como um continente exótico, pobre, e que tem como história apenas sua contribuição com as expedições europeias, a escravidão e o fornecimento de matéria prima.
O preconceito se perpetua em nossos discursos, já que apesar de obtermos informações de acesso muito fácil, os materiais midiáticos em sua maioria em nossa disposição, ainda demonstram estes pensamentos arcaicos, um exemplo prático é pesquisarmos em sites de busca de imagem a palavra “ÁFRICA”, encontraremos apenas figuras de pobreza extrema e animais selvagens, o que não condiz com a realidade.
Podemos pensar a partir disso a ideia de que África é visto como um país e não como um continente, o que exclui a imensa diversidade cultural, étnica, linguística, política, econômica e entre tantas outras coisas que faz do continente Africano complexo e extenso em todas suas formas, fazendo-nos obrigados a desmistificar as já citadas ideias arcaicas e simplistas.
Mascaradas, a identidade dos 54 países africanos, eram/ainda são escondidas através apenas de uma visão de mundo. A grande problemática para ampliar estes horizontes é os desafios com sua historiografia, podemos citar ao menos três correntes básicas a partir do século XIX : A inferioridade Africana, Superioridade africana e da Nova escola de estudos africanos. A primeira abordando a perspectiva ocidental sobre as experiências pelo contato com o continente africano, marcados por comparações negativas.
A produção sobre a África ( final do século XIX e meados do século XX) é repleta de equívocos, pré-noções e preconceitos derivados desse olhar e do desconhecimento sobre o continente e suas populações. (MALAVOTA, 2008, p. 9).
Um grande exemplo disso é o sistema