Pão e circo
Eis que temos Copa do Mundo no Brasil e depois de inúmeros protestos, o Gigante voltou a dormir em berço esplêndido e todos estão ocupados comemorando alegremente os resultados dos jogos. Enquanto isso, poucos questionam e buscam respostas para qual o legado que a Copa do Mundo deixará para nosso país depois que terminar. Certamente continuará sendo a inércia e a cegueira do povo e muitas dívidas para serem pagas de obras que ficarão eternamente inacabadas ou que tiveram o seu valor superfaturado. Quando foram anunciadas essas inúmeras obras de melhorias e de mobilidade urbana entre outras, pensou-se em um país de primeiro mundo, onde tudo funcionaria e todos viveriam em igualdade de condições. E o que se vê é que o sonho de um país digno e igual para todos ficou na frase do ex-jogador de futebol Ronaldo numa coletiva de imprensa no início de 2014, de que “Não se faz Copa do Mundo com hospitais.”. E o povo brasileiro comemorou, fez festa, respeitou os visitantes, fez bonito mesmo com toda a realidade que nos engole. Esqueceu que o mundo continua a girar, que a vida continua a seguir, que não estanca em função de uma copa, que pouco ou nada reflete para milhões e milhos de brasileiros espalhados pelo nosso tão castigado e esquecido país. Quantos nem assistiram aos jogos pois não possuem nem energia elétrica em suas casas? E os salários monumentais dos jogadores, pagos pelo nosso bolso? Mas isso não importa. Tudo é festa. E a Copa vai terminar e o povo vai ficar na mesma situação, sem escolas e creches, sem hospitais ou com os que existem sucateados e lotados, com transporte público e rodovias que deixam a desejar e sem dinheiro para nossos governantes investirem no país da Copa do Mundo. Vem aí, certamente, tempos de dificuldades e mesmo que o Gigante acorde de seu sono vai ficar no grito da garganta rouca de comemorar a copa e silenciada por aqueles que estão preocupados apenas com o seu próprio bem estar.