Estudante
Centro de Estudos Superiores de Imperatriz – CESI
Departamento de Letras
Deusilene Matos
Análise do poema “O Morto” de Mário Quintana
Prof. Gilberto Freire
Imperatriz – MA
2012
O MORTO
Eu estava dormindo e me acordaram
E me encontrei, assim, num mundo estranho e louco...
E quando eu começava a compreendê-lo
Um pouco,
Já eram horas de dormir de novo!
Mario Quintana
Despertar e Adormecer
O poema “O morto” do poeta Mário Quintana trata da mudança ocorrida na vida do eu lírico. Essa mudança consiste no fato de que ele estava “dormindo” e o
“acordaram” e depois voltou a “dormir de novo”. O acordaram para a vida, para a realidade das coisas, para crescer, plantar, colher. Enfim, para viver.
O ato de dormir nos coloca em uma posição passiva diante do mundo da vida, uma vez que enquanto dormimos não estamos cônscios dos fatos e acontecimentos que nos cercam. É um momento de relaxamento do nosso corpo como um todo.
Também é possível que se durma na vida, isto é, não nos atentamos para a realidade e perdemos muitas oportunidades ou investimos nosso tempo e talento em coisas erradas.
O ato de dormir do eu lírico no primeiro verso simboliza o momento de sua vida antes do nascimento.
Durante o período em que esteve na barriga de sua mãe, este não tinha consciência do que acontecia no mundo que um dia iria recebê-lo. Até que chegou o momento em que o “acordaram”, isto é, ele nasceu viu-se “num mundo estranho e louco”. Estranho e louco porque era desconhecido, diferente, oferecia muitas
possibilidades, contendo uma infinita variedade de cores, sensações, experiências etc. onde os calouros da vida sentem-se perdidos muitas vezes na loucura dessa corda bamba chamada vida. Como se estivesse saindo de uma caverna e admirando a luz do
Sol pela primeira vez, assim foi o choque sofrido diante desse “mundo” de muitos caminhos e escolhas; de desafios constantes, vitórias e conquistas