Estudante
Os Tempos Merovíngios
Séculos VI e VII
1 - A Gália entre o Mediterrâneo e Germânia No final do sec. V, a Gália apresenta curiosos contrastes.(...) A Gália do norte e do leste, fortemente germanizada, se opõe às regiões de além-Loire, ainda romanizadas. Os Francos, que vinham das regiões do Escaut e do Reno, e os alamanos instalaram-se em territórios que tinham sido muito superficialmente romanizados e que, após as migrações germânicas e a ocupação do solo pelos recém chegado, perderam a essência da cultura romana. É ao norte e a leste da atual fronteira lingüística entre os domínios germânico e romano, que os túmulos bárbaros são mais numerosos. As regiões entre o Sena e o Mosa não sofreram, talvez, uma colonização maciça, mas nem por isso foram menos influenciadas pelos germânicos. As cidades, devastadas pelas invasões, têm uma vida muito reduzida, os camponeses galo-romanos não diferem muito dos germanos, a civilização da escrita desapareceu, segundo o testemunho da raridade das inscrições. Algumas ilhotas de romanidade subsistem no vale do Moela ou do Reno, mas pelo seu isolamento estão fadadas a desaparecer. A organização eclesiástica não resistiu e o paganismo tradicional, reforçado pelos elementos germânicos, retomou o vigor. Muito perto das regiões germânicas, a Gália que é preciso chamar bárbara parece destinada a partilhar o destino de um mundo abandonado por Roma. Totalmente diferente é a sorte das regiões que se estendem ao sul do Loire e do planalto de Langres. Se lançarmos um rápido olhar sobre os mapas dos achados funerários, constataremos que os túmulos bárbaros são, aqui, pouco numerosos. A lei dos burgúndios fala da partilha de terras entre romanos e germanos segundo o procedimento das hospitalitas, mas nada indica que o povoamento tenha sido maciço.(...) Os francos puderam submeter politicamente a Aquitânia, mas não a povoaram. Eles mesmos na, na maior parte do tempo, confiaram o governo das cidades a galos romanos de