Estudante
A tese da Middle Income Trap sustenta que a partir do momento que países emergentes entram em um nível médio de renda per capita em PPC, na faixa de 10000 a 16000 dólares, seu crescimento sofre uma inflexão que gera um período de pouco crescimento ou quase estagnação. Essa desaceleração do crescimento acontece devido à perda de competitividade perante a países mais pobres e com custos mais baixos, e pelo fato do país ainda não ter uma estrutura industrial sofisticada o suficiente para competir com os países mais desenvolvidos. Assim, esses países não conseguem ascender a um nível de renda alta. Segundo um estudo do Banco Mundial, 101 países entraram no nível da renda média de 1960 a 2008 e apenas 13 conseguiram passar para um nível de renda elevado. Mesmo esses 13 contam com casos especiais, como cidades-estados e países que cresceram auxiliados por outros – caso dos países europeus como Espanha e Portugal.
No caso do Brasil, após um período de grande evolução do PIB nos anos 70 houve uma forte desaceleração nas décadas seguintes. Especialmente na década de 80 em que o crescimento foi negativo. Outro dado preocupante é a constante queda no Volume de Investimento dos anos 70 pra cá.
Não existe uma receita de bolo a ser seguida para escapar dessa situação. Afinal, a situação de um país é diferente da do outro, e a conjuntura do momento também. Mas alguns pontos são comuns nas histórias dos países que saíram desta situação. Investimento forte em educação, inovação tecnológica e internacionalização da indústria nacional são as principais. Isso permitiria alcançar os níveis de especialização da mão de obra dos países desenvolvidos.
Por enquanto o Brasil está muito atrasado em todos esses quesitos, e portanto, o país se encontra cada vez mais “preso” na armadilha. Para se livrar dela, será necessário vontade e foco da classe política. Assim como levou décadas para o Brasil atingir o nível da renda média, serão precisos