estudante
Almeida, Maria Antónia Pires de (2002), “Escravo”, Conceição Andrade Martins,
Nuno Gonçalo Monteiro (orgs.), A Agricultura: Dicionário das Ocupações, Nuno
Luís Madureira (coord.), História do Trabalho e das Ocupações, vol. III, Oeiras,
Celta Editora, pp. 180-186. ISBN: 972-774-133-9.
Escravo.
Grupo: Trabalhadores.
Variantes: Cativa, Cativo, Escrava, Liberta, Liberto, Preta, Preto, Servo.
A participação de escravos na agricultura portuguesa está ainda pouco estudada e merece um maior aprofundamento. É suficientemente conhecida a importância dos escravos na agricultura colonial brasileira, sem falar do sul dos Estados Unidos e nas ilhas das Caraíbas. Abundam estudos sobre a origem africana dos escravos na época moderna e o respectivo tráfego. Contudo, no território português a sua presença parece estar oculta pelas características da própria instituição da escravatura. Na maior parte das vezes a sua existência só se apura nas fontes de forma indirecta e a elaboração de estatísticas apresenta-se uma tarefa difícil, se não de todo impossível. A acrescentar a tudo isto, o tema em si parece levantar pouco interesse entre os historiadores. Parece ser inconveniente falar de escravatura num país que foi dos primeiros que aboliram o comércio de tais mercadorias, enquanto no seu território havia ainda pessoas a ser compradas e vendidas. Por outro lado, nas áreas da
Sociologia e da Psicologia Social abundam os estudos sobre o racismo.
Os escravos foram abordados, por exemplo, por Albert Silbert e Álvaro Ferreira da
Silva, incluídos em temas mais vastos, mas estudos específicos só encontramos os de
José Ramos Tinhorão e de Jorge Fonseca. Este último apresenta-nos estatísticas importantes para o sul do país: Montemor-o-Novo, Évora, Vila Viçosa e Faro. Mas continuamos sem dispor de quaisquer informações sobre o norte de Portugal.
A mistura étnica que se verificou no Alentejo como resultado da presença árabe e judia e