Estudante
RESENHA
KOSIK, Karel. Dialética do concreto. Trad. NEVES, Célia; TORÍBIO, Alderico. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2010.
CLÁSSICO MARXISTA: “DIALÉTICA DO CONCRETO”
Responsável pela Resenha:
Leonice Matilde Richter1
Universidade Federal de Uberlândia
Nos últimos anos, observamos a retomada de muitas obras, desconsideradas por muitos pesquisadores no final do século passado, quando o marxismo foi taxado de ultrapassado e subjulgado a não mais atender às demandas do mundo atual. Ironicamente, a contradição ronda essa afirmação e observamos a própria história apontar que parte da academia enterrou cedo demais o marxismo, o qual continua necessário, atual e, ainda, insubstituível na crítica da estrutura capitalista, assim como na indicação das possibilidades de sua superação. A demanda do método marxista no estudo da realidade coloca em destaque a presente obra resenhada.
O autor do livro a “Dialética do concreto”, Karel Kosik, de origem tcheca, nasceu em
Praga no ano de 1926 e, ao longo da vida, participou como membro do Partido Comunista
Tcheco, no qual atuou na resistência clandestina e em diferentes frentes em busca do socialismo humanista. O tomo, ainda que escrito no vigor dos trinta e poucos anos do autor, representa uma densa e consistente obra filosófica marxista, que se propõe à análise do materialismo dialético, retomando um problema fundamental que busca compreender o que é propriamente, no marxismo, a práxis.
A necessidade prática do autor de retomar a exposição a partir da raiz, a impossibilidade de tocar diretamente nos problemas fundamentais sem primeiro ter eliminado as falsas colocações e o apreço de conceitos clássicos das obras de Marx dão a aparência de um livro modesto, mas que se compõe complexo e essencial para aqueles que trilham a vertente marxista.
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Professora da s Faculdades Integradas do Pontal da Universidade Federal de Uberlândia.