Estudante
A pesquisa de sangue oculto nas fezes é útil para identificação de lesões do trato gastrointestinal que cursam sem sangramento clinicamente visível. As causas mais comuns para esse tipo de sangramento são neoplasias gástricas ou de cólon, úlceras (gástricas, duodenais e medicamentosas), diverticulite, colites, epistaxe, algumas parasitoses, entre outras. A importância clínica deste exame pode ser observada na sua recomendação pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia juntamente com o Instituto Nacional de Câncer , o Colégio Brasileiro dos cirurgiões e outras sociedades médicas que recomendam que indivíduos de baixo risco, a partir de 50 anos, realizem, anualmente a pesquisa de sangue oculto nas fezes. A Sociedade Americana de Coloproctologia, no entanto, recomenda o rastreamento a partir dos 40 anos. Em condições fisiológicas, ocorre perda de sangue pelo trato digestivo que varia ao longo dos dias e de indivíduo para indivíduo e não se modifica com a idade. Aproximadamente 90% dos indivíduos sadios perdem cerca de 2 mL e 97% perdem menos de 3 mL de sangue por dia.
A pesquisa de sangue oculto nas fezes é uma estratégia de rastreamento do câncer colorretal, pois, embora a colonoscopia seja o exame padrão-ouro para o diagnóstico, devemos considerar o baixo custo da pesquisa de sangue oculto nas fezes e o fato do exame não ser invasivo. Ela permite tanto a prevenção primária, ao detectar lesões precursoras (pólipos adenomatosos), quanto a prevenção secundária ao detectar lesões malignas em estágios iniciais. Os indivíduos que apresentam pesquisa de sangue oculto positiva devem ser submetidos à colonoscopia. Atualmente, os testes mais difundidos para pesquisa de sangue oculto são aqueles que utilizam o método da imunocromatografia. Este método é capaz de detectar até 0,006 miligramas de hemoglobina humana por grama de fezes, minimizando a ocorrência de resultados falsamente negativos devido a