Estudante
A sociedade lusitana essencialmente guerreira denotava a presença de uma hierarquia social em que o guerreiro ocupava uma importante posição. Era uma sociedade aristocrática, na qual a maior parte da riqueza estava nas mãos de um grupo reduzido de pessoas. A presença de jóias e de armas nos túmulos indica a presença de uma elite guerreira.
A organização da família lusitana revela uma estrutura gentílica da sua sociedade, era referida nas fontes epigráficas com a designação de gentes ou gentiliates. Os lusitanos encontravam-se unidos entre si por laços de sangue ou parentesco e não pelo território ocupado.
O tipo de governo era a chefia militar, na qual o líder era eleito em assembleia popular, escolhido entre aqueles que se distinguiam pela coragem, valor, capacidade de liderança e vitórias obtidas em tempo de guerra. Os autores gregos referiam-se a estes chefes militares como hegoumenos, isto é, líder, chefe, e os romanos dux. No entanto, o nome de regnator(rei), e principe, também foram referidos. O hospitium, em que adoptavam-se estranhos na comunidade, é também considerado um costume dos lusitanos.
Apiano revela a existência de uma propriedade comunitária, que para além de terras incluía cavalos, produtos agrícolas e diversos outros bens comunitários incluindo um tesouro público, do qual fala Diodoro. Esta propriedade comunitária deveria de coexistir a par da propriedade privada. Os lusitanos eram um povo autónomo (grego: αὐτονόμων), com leis próprias.
Os lusitanos tinham o hábito de frequentar salas onde iam untar o corpo com óleos duas vezes ao dia, tomavam banhos de vapor que emanavam de pedras aquecidas. Lançavam água sobre pedras ao rubro e tomavam em seguida um banho frio. Os balneários eram decorados com gravuras em baixo relevo, como indicam os monólitos Pedra Formosa encontrados em sítios arqueológicos castrejos. Estrabão comenta que viviam de uma maneira simples e limpa semelhante à dos lacedemônios.