Estudante de Relações Públicas
As chamadas camadas médias da população são constituídas levando em consideração não só a renda, mas o grau de instrução, a cultura, os hábitos de consumo, o local de moradia e, sobretudo, os valores desse estrato social. Nos últimos 10 anos, com o aumento real do salário mínimo, a adoção de uma política social consistente de transferência de renda e a ampliação dos benefícios e serviços sócio assistenciais, 30 milhões de pessoas saíram da pobreza, ampliando o contingente populacional da chamada classe C no Brasil.
Segundo informações do estudo Vozes do Brasil e do Data Popular, nordestinos e negros da classe C tiveram aumento de renda superior a classe média nos últimos dez anos. O aumento foi de 123% entre os anos de 2002 e 2012 para os negros e nordestinos, enquanto o crescimento da classe média foi de 57%, que se dá por conta do aumento do salário mínimo nos últimos anos e pelo acesso a empregos melhores.
Essa nova classe trabalhadora, com o crescimento de seu nível de renda, começa a se aproximar, em alguns aspectos, aos hábitos de consumo da chamada classe média e torna-se mais exigente com a garantia de direitos e o acesso e qualidade dos serviços públicos.
A ascensão da classe C deu-se em boa parte por causa da melhoria na distribuição da renda, o aumento real do salário mínimo, o bolsa família (que beneficia 45 milhões de pessoas), o programa “Minha Casa Minha Vida”, entre outros.
Infelizmente, essas melhorias continuam sendo insuficientes para de fato inaugurar uma era de desconcentração de renda e de riqueza no Brasil, pois o sistema econômico adotado não favorece essa desconcentração. Quanto à chamada classe C, ela certamente é muito menor do que a propagada pelo governo, pois muitos dos que foram incluídos nessa classe não estão estruturados em alicerces firmes, e tampouco possuem renda e riqueza suficientes que possam enquadrá-los nessa classe.
Agora, precisamos muito é de realmente mostrar o que é a educação neste país.