Estudante de Direito
Desenvolva uma análise comparativa dos diagnósticos e propostas de Karl Marx e John Stuart Mill sobre a sociedade industrial e seu sistema político.
Para entendermos as ideias dos dois filósofos políticos, precisamos primeiro nos contextuar historicamente. Começando com John Stuart Mill, na Inglaterra do século 18, nos encontramos em um período de grande desenvolvimento científico e industrial, principalmente com a Revolução industrial, que resulta em uma grande mudança no cenário político e econômico da Europa. A Revolução industrial trará o acúmulo de capital pela classe burguesa dominante, a formação da classe dos operários (proletariado), e a grande desigualdade social e econômica que ocorrerá entre os dois, acarretando uma luta de classes, onde o proletariado voltará contra a classe dominante em busca dos seus direitos, não só na questão de sobrevivência, como também na participação política, exigindo um governo representativo em que o povo tenha participação ativa nas decisões do Estado. Nesse contexto, John Stuart Mill será o grande representante do movimento liberal inglês democrático, defensor do sufrágio universal e de reformas sociais, como por exemplo, a emancipação da mulher. Esse movimento tem como característica a perspectiva descendente para ascendente, ou seja, parte do povo em direção ao Estado, respondendo às demandas do movimento operário inglês. Stuart Mill deixa claro que a política não deve ser para poucos, não deve se limitar às mãos da classe burguesa dominante, e sim, estar ao alcance de todo o povo, essa é a ideia da institucionalização da participação ampliada, exercido principalmente através do voto, que para ele é uma forma de poder que deve ser dada aos trabalhadores para garantirem seus direitos e protegerem os seus interesses, pois do contrário, seriam suprimidos pela ambição capitalista. A grande diferença que vemos entre Stuart Mill e Marx, está na ideia da democracia radical