Estruturas de mercado em oligopólio
Direito à Cidade e Economia Espacial
Henri Lefebvre e Milton Santos
Historicamente, o espaço urbano foi se desenvolvendo de forma mais acentuada durante o advento da Revolução Industrial, pois segundo Lefebvre:
“Para apresentar e expor a ‘problemática’ urbana, impõe-se um ponto de partida: o processo de industrialização (...)”. (Lefebrve, 1991, p. 3 ) O autor afirma que o processo de industrialização é tido como indutor, onde o induzido, isto é, os elementos que fazem referência à cidade e ao desenvolvimento da realidade urbana, se refletem na sociedade, principalmente nas classes menos favorecidas.
O grande processo de transformação socioeconômica iniciado no século XVIII consolidou o capitalismo como modo de produção com o surgimento de novas máquinas, novas fontes de energia e, conseqüentemente novas relações de trabalho e nova oposição das classes. A condição de vida dos operários até meados do século XIX,era degradante. A maioria deles morava em cortiços sem as mínimas condições de higiene. Apesar do grande crescimento industrial, que fez com que milhares de pessoas abandonassem os campos em busca de melhores condições de vida nas cidades, milhares continuavam desempregados, e muitos se entregavam aos crimes e à prostituição. A vida nas cidades começa a virar um verdadeiro caos. Nada diferente da realidade presente, pois o que mais se vê é a criminalidade nos grandes espaços urbanos que se dizem “modernos”.
A cidade, a partir de então, começa a apresentar algumas características bem marcantes, a cidade como obra e como produto, as quais destaca Lefebvre:
“A própria cidade é uma obra, e esta característica contrasta com a orientação irreversível na direção do dinheiro, na direção do comércio, na direção das trocas, na direção dos produtos. Com efeito, a obra é valor de uso e o produto é valor de troca (...).” (Lefebvre, 1991, p. 4)
Como afirma o autor, a obra se reflete no valor de uso. O uso da cidade, ou seja, das ruas,