Estrutura sistema financeiro brasileiro
O tipo de instituição dominante no Brasil é o banco universal de tipo alemão, aqui denominado de banco múltiplo, um tipo de instituição que atua em vários segmentos do mercado financeiro, notadamente a captação de depósitos, a intermediação de crédito e transações nos mercados de títulos. Esse tipo de instituição foi criado, oficialmente, em 1988, pela Resolução nº 1.542 do Banco Central do Brasil, sepultando o modelo de organização financeira adotado com as reformas de 1964 e 1965, inspiradas no modelo norte-americano.
Na verdade, a alta inflação dos anos 1970 e 1980 já havia inviabilizado o modelo anterior. bancos comerciais, captadores de recursos de curto prazo sob a forma de depósitos, foram favorecidos pelo encurtamento de prazos de contratação, resultante da aceleração da inflação. Por outro lado, a importância crescente dos mercados de divida pública estimulou o desenvolvimento da capacidade de operação em mercados de títulos. Com isso, naturalmente, a atuação dos bancos comerciais transformou-os em bancos universais, firmemente plantados nos dois principais segmentos do mercado financeiro: de crédito e de papéis. Em inicio de 2001, 164 dos 210 bancos então existentes eram múltiplos. Na realidade, mesmo dentre os 28 bancos oficialmente classificados como comerciais, naquela data, vários operavam, na prática, com múltiplas carteiras.
A Constituição de 1988 também contribuiu para a fixação de aspectos importantes do sistema existente no Brasil hoje. A Assembléia Constituinte tornou a organização do sistema financeiro matéria constitucional – que, no entanto, aguarda definição até hoje. Alguns traços da estrutura financeira brasileira refletem esta indefinição regulatória. O mais visível deles é sem duvida o que se refere à participação de bancos estrangeiros no sistema bancário doméstico. No momento, a entrada de novas instituições estrangeiras está proibida, exceto nas situações em que o Presidente da