Estrutura fundiária brasileira
Na estrutura fundiária brasileira predominam principalmente a grande propriedade rural e a pequena propriedade, sendo que em umas e outras a produção se organiza sob diferentes formas. Há grandes empresas que apresentam altos índices de mecanização e quimificação dos processos produtivos. Variam bastante os índices de utilização da força de trabalho, bem como as modalidades de sua vinculação à unidade produtiva. Ao mesmo tempo em que se desenvolvem as forças produtivas e as relações de produção no campo, desenvolve-se a classe operária rural. Ainda que ela não expanda permanentemente, em termos quantitativos, é inegável que ela se modifica e amadurece qualitativamente, desenvolve-se econômica e politicamente. Em várias partes do país, ocorre a expropriação de camponeses isto é, sitiantes, posseiros, rendeiros, parceiros e outros de seus meios de produção. Também ocorre a expulsão de colonos, moradores e outros residentes nas terras de fazendas, criações, plantações ou usinas de açúcar. Inclusive verifica-se a expulsão de índios de suas terras e a transformação deles em assalariados. A monocultura agrícola e a pecuária, na medida em que neste último caso, essa atividade passa a estágios superiores, tendendo a converter-se em exploração intensiva, caracteriza-se por uma demanda altamente flutuante de mão-de-obra, segundo a estação do ano. Sua saúde econômica e financeira exige, pois, um mercado especial de mão-de-obra, caracterizado por uma oferta fortemente elástica. Brandão Lopes afirma que ''do modo como esta empresa (agropecuária) no Brasil, os empregados permanentes, que tradicionalmente soem guardar pelo menos resquícios de relações não capitalistas, tendem a restringir-se ao mínimo e àquela mão-de-obra de mais alta qualificação (tratorista, contador, etc). Processa-se a expulsão de colonos e mercadores e cria-se assim um proletariado rural puro. A produção, com o declínio das atividades para o autoconsumo,