ESTRUTURA DE MERCADO
Até agora, todas as alterações no mercado ignoraram as condições da concorrência entre os agentes (produtores ou compradores). Tanto na lei da Oferta e na lei da Demanda quanto nos casos em que outros fatores variam (exceto o preço do produto), estamos sempre partindo de um modelo ideal de mercado. Está na hora de explicitarmos esse modelo, uma vez que ele não é único nem é o mais importante na economia real. Em outros tipos de mercado (outras estruturas), os fatos ocorrem de maneira um pouco diferente, especialmente as condições do equilíbrio para cada um dos agentes.
1. Concorrência Perfeita
O modelo ideal de que estamos falando é chamado de concorrência perfeita ou pura. Aqui, supomos um conjunto de condições no funcionamento do mercado:
• O número de produtores (vendedores) e o de compradores é muito grande, impossibilitando que qualquer um deles individualmente imponha preços no mercado (o vendedor não pode elevar impunemente seus preços, pois perderá a clientela para os concorrentes; o consumidor não tem condições de “pechinchar”, pois há uma multidão de outros interessados);
• O produto, em cada mercado, é homogêneo, sem diferenças significativas entre o que um ofertante e o outro oferecem ao comprador: tomate é tomate, impressora é impressora e assim por diante;
• Ambos os lados do mercado dispõem do mesmo nível de informações sobre o produto e o mercado, sem que nenhum deles possa levar vantagem sobre o outro com base em informações privilegiadas.
Não é todo dia que participamos de um mercado desse tipo. Na verdade, eles existem em número limitado. Um caso que talvez se assemelhe é o das hortaliças, frutas e legumes – especialmente se estiver próximo ao centro de consumo e não houver grandes atacadistas e transportadores entre o produtor e o consumidor. Bares comuns (“botecos”), armazéns e armarinhos, bancas de jornal, salões de cabeleireiros comuns em bairros são outros possíveis exemplos.