Estresse pré-natal e perinatal e seu impacto sobre o desenvolvimento psicossocial da criança
JANET DIPIETRO, PhD
Johns Hopkins University, USA
(Publicado on-line, em inglês, em 3 de junho de 2002)
(Publicado on-line, em português, em 23 de fevereiro de 2011)
Tema
Estresse (pré-natal e perinatal)
Introdução
Desde tempos remotos, ouvimos histórias sobre o efeito das emoções da mulher sobre o feto. A idéia de que o feto pode ser prejudicado por emoções maternas negativas causadas pelo estresse e pela ansiedade tem suas raízes em tradições culturais e folclores de todas as partes do mundo. Um grande número de pesquisas científicas buscou determinar a validade de tais crenças, examinando de que maneiras a ansiedade e o estresse maternos podem estar relacionados com resultados da gravidez e o desenvolvimento pós-natal da criança.1-6
Do que se trata
Existe a suposição de que o estresse materno durante a gravidez age sobre o desenvolvimento do feto como um fator teratogênico – uma substância que pode afetar negativamente o desenvolvimento da criança –, da mesma forma que o álcool e as drogas. Artigos publicados em jornais e revistas contribuem para difundir essa crença, o que, ironicamente, aumenta ainda mais o estresse das mulheres grávidas que talvez não consigam controlar circunstâncias difíceis da vida. Este artigo fornece uma análise crítica de evidências relacionadas ao debate que visa definir se o estresse materno durante a gravidez é ou não a causa de problemas no desenvolvimento da criança.
Problemas
Medir e definir o estresse são tarefas complicadas. A avaliação de uma mulher sobre o que é ou não estressante depende de muitos fatores, inclusive aspectos da sua personalidade, tais como seu nível de ansiedade e a sua maneira de ver a vida. Objetivamente, uma mulher que declara sentir alto nível de estresse durante a gravidez não vive necessariamente experiências mais estressantes do que outras mulheres. Ela pode simplesmente ser mais