Estratificação termica
Um dos fenômenos que mais interfere nestas transferências de energia é a estratificação térmica, que é definido como o processo de gradeamento das temperaturas da superfície e do fundo de um lago. No entanto, embora as lagoas de estabilização apresentem pequena profundidade, a alta turbidez dessas unidades de tratamento proporcionam condições favoráveis a ocorrência desse fenômeno, (KELLNER & PIRES, 2000). Como as lagoas sofrem diretamente a ação do clima do local onde se encontram a ocorrência da estratificação térmica pode ser mais acentuada.
O período de estratificação térmica caracteriza-se pela existência de várias camadas diferentes, descritas abaixo: 1 Epilimnion: camada superior, caracterizada por uma temperatura uniforme e quente. 2 Hipolimnion: camada inferior, mais fria e mais densa. 3 Metalimnion: camada localizada entre o epilimnion e o hipolimnion, camada de transição entre a superfície e o fundo do lago. Esta camada é marcada por uma grande descontinuidade de temperatura, que é chamado de termoclina.
A estratificação térmica afeta o comportamento dos processos biológicos das lagoas de estabilização. Segundo VON SPERLING (1996), as algas por serem sensíveis a mudanças de temperatura são influenciadas pela estratificação, da seguinte forma: 1 As algas não motoras sedimentam, atingindo a zona escura da lagoa, deixando de produzir oxigênio, e implicando, pelo contrário, no consumo do mesmo. 2 As motoras tendem a fugir da camada mais superficial (30 a 50cm) de elevada temperatura (eventualmente 35°C), formando uma densa camada de algas, a qual dificulta a penetração da energia solar.
Devido a estes aspectos, em lagoas estratificadas há uma baixa presença de algas na zona fótica, o que reduz a produção de oxigênio do sistema, e em conseqüência a sua capacidade de estabilizar a matéria orgânica. Em locais com pouco ou nenhum vento na superfície da lagoa, esta permanece