Estranhos estrangeiros

43621 palavras 175 páginas
CAIO FERNANDO ABREU

ESTRANHOS ESTRANGEIROS e PELA NOITE

1ª reimpressão

COMPANHIA DAS LETRAS

Copyright © 1977, 1980, 1983, 1992, 1996 by Caio Fernando Abreu Capa: João Baptista da Costa Aguiar Preparação: Márcia Copola Revisão: Eliana Antonioli Carlos Alberto Inada

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP ) (Câmara Brasileira do Livro, sp, Brasil) Abreu, Caio Fernando, 1948 1996. Estranhos estrangeiros e Pela noite Caio Fernando Abreu - São Paulo Companhia das Letras, 1996 ISBN 85 7164-554-X

1 Contos brasileiros I. Título. 96-1856 CDD869935 Índices para catalogo sistemático: 1. Contos Século 20 Literatura brasileira 869.935 2. Século 20 Contos Literatura brasileira 869.935

2002 Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA SCHWARCZ LTDA. Rua Bandeira Paulista, 702, j. 32 04532-002 - São Paulo - SP Telefone: (11) 3167-0801 Fax: (11) 3167-0814 www.companhiadasletras.com.br

ÍNDICE

Nota do editor, Estranhos Estrangeiros, Ao simulacro da imagerie, Bem longe de Marienbad, London, London, Pela Noite, Índice remissivo,

7 9 11 17 43 53 155

“Pagina do lado” A epígrafe de Miguel Torga dá o tom do livro que Caio Fernando Abreu havia planejado escrever que sua morte prematura, em fevereiro de 96, quando atingira sua plena maturidade de escritor, não permitiu que completasse. Foram escritos dois contos. O tema é a ambigüidade do exílio, em que a distância da terra natal – fonte do desgarramento típico do emigrado – é também a afirmação da identidade de seres humanos de uma determinado tipo, aqueles que se vêem como exilados voluntários do cotidiano da colméia – os “estranhos” do título. Para essa pessoas, entre as quais Caio Fernando decididamente se alinhava, o desgarramento é criador de um espaço de liberdade indispensável para a própria sobrevivência: são estrangeiros porque são diferentes, porque são “outros” desde o início. Não é uma liberdade alegre, a que se obtém com a distância, lembra o primeiro conto, “Ao

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