Estradas brasileiras
Principal rodovia por onde escoa a produção do estado, a BR tem de tudo. Por ela todos os dias a vida acontece. E desaparece. Cenário sangrento de acidentes de trânsito que elevam as estatísticas da PRF, fonte de renda para centenas de comerciantes; rota do tráfico de drogas e caminho por onde cruzam os mapas da exploração sexual de crianças e adolescentes no estado, bem como, o trabalho infantil.
Dirigir a noite é um perigo. Nunca se sabe o que aguarda na ladeira seguinte, ou na curva que se aproxima a alguns quilômetros. A música que sai do toca-CD anima a viagem. E ajuda a amenizar a solidão da estrada. Em alguns trechos a estrada vira deserto. Um silêncio fúnebre e sombrio. A BR 230 mais parece uma montanha russa onde o fim some do alcance dos olhos do condutor. Na beira da estrada, a vida acontece. A paisagem muda repentinamente entre um trecho e outro. No tempo de seca o cenário é desolador. O brilho do sol que reflete no retrovisor dá a impressão de que um espelho d`água está se formando no asfalto. Uma miragem. No inverno, o verde predomina e a cada puxada de marcha, o condutor avista um barreiro na beira da estrada.
A superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Estado da Paraíba, inspetora Luciana da Silva Duarte, revelou que a BR 230 é perigosa devido ao fluxo de veículos que nela se concentra, além de ser a maior em extensão no Estado (516,7 quilômetros).
A BR 230 começa em Cabedelo no litoral da Paraíba, e cruza todo toda o Estado , até chegar em territórios distantes. São intermináveis e 5.000 quilômetros de comprimento, cortando os estados brasileiros da Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará até chegar em Lábrea, no Amazonas. Somente no território paraibano são 500 quilômetros.
As estatísticas dão arrepios em qualquer motorista. Para muitos a BR 230 se transformou em um