Estoque de segurança
João Henrique Lopes Guerra
Resumo
A definição do Estoque de Segurança costuma seguir critérios puramente qualitativos, muitas vezes sem nenhum fundamento ou puramente quantitativos, em que o conhecimento de pessoas-chave não é aproveitado. Com base na experiência prática do autor e com o apoio da literatura, propõe-se neste trabalho um modelo para a definição deste parâmetro com base nestes dois critérios, conjuntamente. Espera-se que ele possa subsidiar as decisões relacionadas à definição do Estoque de Segurança de itens comprados em empresas que fabricam produtos complexos sob encomenda, nas quais este tipo de item responde pela maior parte do custo do produto final. Incertezas existentes nos ambientes interno e externo destas empresas tornam necessário este tipo de estoque em muitas situações.
Palavras-chave: Estoque de Segurança. Produção sob encomenda. Produtos complexos.
1 Introdução
O entendimento de um sistema organizado passa necessariamente pela constatação de que um fluxo de recursos é sempre acompanhado por um fluxo de informação responsável pelo seu controle. A evolução dos sistemas produtivos e, de forma mais geral, das próprias estruturas administrativas das empresas, consubstanciadas nas mudanças estratégicas que suas principais funções (marketing, produção, compras, etc.) têm sofrido ao longo do tempo, trouxe como resultado uma crescente necessidade de acesso a informações integradas. Os sistemas MRP (Material Requirements Planning) e MRP II (Manufacturing Resources Planning), que apareceram respectivamente nas décadas de 60 e 80 (HOPP; SPEARMAN, 2004), passando para um novo estágio do seu processo evolutivo, transformaram-se mais recentemente, na década de 90, em um sistema completo de gestão da empresa, agregando ao planejamento dos materiais e dos recursos relacionados à capacidade produtiva um