Estojo de chá
CANAL ABERTO – por Sonia Loureiro CETS/FGV-EAESP Desde sua fundação o compromisso e a cultura da empresa Natura Cosméticos foi baseada no respeito ao meio ambiente e na responsabilidade social coorporativa, no entanto, os desafios das empresas em conciliar seus valores universais com a gestão e os processos empresariais, estão se tornando a cada dia mais complexos devido à competitividade e a necessidade de inovação. No caso da empresa Natura Cosméticos, essa complexidade se tornou evidente no ano de 2001, e ficou conhecido como “O Caso do Estojo de Chá” que poderia ter arruinado todo o compromisso e a cultura da empresa Natura Cosméticos. O lançamento de um novo produto para o Dia das Mães daquele ano, fez com que uma consumidora, a bióloga Ilka Fioravante, telefonasse para o serviço de atendimento da empresa, alertando que a madeira utilizada no estojo de chá era uma espécie ameaçada de extinção, a imbuia, argumentando que uma empresa como a Natura, não poderia dar um mau exemplo como esse. O caso que poderia ser simplesmente interpretado como uma reclamação de uma consumidora insatisfeita, não foi visto desta forma pela Natura, que direcionou a reclamação a um Comitê de Crise, formado pelo presidente de Operação, pelo vice-presidente de Inovação, pelo diretor de Assuntos Corporativos e pelo gerente de Segmento Saúde. De fato, a madeira era realmente a imbuia e a empresa fornecedora dos estojos de chá tinha o certificado do IBAMA. Mas quem poderia garantir à Natura que a extração fora feia de forma sustentável? Ao realizar uma minuciosa auditoria do manejo da matéria prima em parceria com a ONG Imaflora, descobriram que havia inconsistências em alguns procedimentos adotados pelo fornecedor. Diante disso, ao invés de ocultar o caso e dar uma justificativa qualquer a consumidora, os