estilos linguisticos
Dialectos portugueses setentrionais: transmontanos e alto-minhotos
Perafita 2
INF = Informante
INQ = Inquiridor INF Estou aqui (…) a ver, a ver quando reza ali a missa. Eu não sei se as senhoras têm fé na missa. As senhoras têm fé? Há quem tem, mas há quem não tem. Eu, eu digo assim: eu estou a falar com as senhoras, não sei, porque não sei as ideias de cada um, não é? Mas, tem gente que tem fé – e têm fé nas (coisas)… E há, mesmo, até há. As senhoras não são jeovás, pois não?
INQ1 Não.
INQ2 Não.
INF Aqui há uns em Souto que são jeovás. E até foi o que me (…) compôs esta casa. O Senhor (…), de Souto. E é jeová. Nunca foi e depois devotou-se a ser. E andou aqui nesta minha casa e tudo (…) e às vezes dizia-me assim. E eu ainda falava com ele com confiança. (…) Mas sei que ele é jeová. E há lá em Souto mais de quantos jeovás. (Devem ser)… Há aí uns três ou quatro. E assim. E eu, eu digo a verdade. Eu só não gosto daquela lei por uma coisa. O mais, por as outras, (eu) tanto me dá de ser daquela como não ser. Agora, dizer eles… Que as senhoras também podem não saber, também são novas, também podem não saber. Mas eu ouço dizer, de há muitos anos, que Nossa Senhora só teve o filho – (…) e foi tocado na testa. Que Nosso Senhor (…) falou-lhe para ser mãe – de Nosso Senhor – e que não fazia mal nenhum, que ela não queria. Era uma mocinha nova e queria honra e vergonha, não é? Não queria ser casada. Assim como somos nós. Porque quem se casa, já se sabe (…) o que atura com os maridos, não é? E Nossa Senhora não quis. E os jeovás dizem que a Nossa Senhora – nisso é que eu não gosto (…) deles, por eles dizer isso – dizem que Nossa Senhora que teve mais do que um filho, (…) que fez como as outras mulheres. E eu isso não é que… Não tem padre nenhum, nem igreja nenhuma, nem livro nenhum de católico, de religião, que diga que Nossa