RESUMO WOLFFLIN
WÖLFFLIN: UMA ANÁLISE METODOLÓGICA
Natasha de Castro*
Segundo Jörn Rüsen, uma análise metodológica de uma específica obra historiográfica pode ser feita com base em quatro etapas processuais inter-relacionáveis, a fim de dar sentido às perspectivas orientadoras do passado humano, transformando-as em História. Os processos são: carência, heurística, crítica e interpretação.
A carência de orientação ocorre quando certas respostas previamente dadas se mostram insuficientes para a resolução de questões levantadas pelo sujeito. Esta crise servirá de motivação para a escolha do objeto que será investigado. A próxima etapa é a metodização heurística do conhecimento, ou seja, a formulação da pergunta fundamental que irá orientar a pesquisa histórica. Para dar sentido a esse questionamento, a crítica das fontes torna-se necessária. Ela regula o processo cognitivo a partir da coleta intersubjetivamente selecionada de documentos, dados (ou fatos) e informações pertinentes. Por fim, a interpretação constrói a inteligibilidade da narrativa, pois articula as informações obtidas através da crítica, transformando-as em História e, ao mesmo tempo, busca suplantar a carência inicial, respondendo à pergunta e desenvolvendo a hipótese lançada.
Tendo como base as etapas descritas acima, o objeto escolhido para a elaboração de tal análise é o livro Conceitos Fundamentais da História da Arte, de Heinrich Wölfflin, lançado pela primeira vez em 1915. Tal obra é considerada um clássico da historiografia relacionada à arte, mais especificamente, à teoria estética moderna. Esta obra surgiu a partir da necessidade de se estabelecer uma base mais sólida às características estilísticas referentes à História da
Arte. Para isso, Wölfflin faz uma análise pormenorizada de pinturas, desenhos, esculturas e obras arquitetônicas de grandes artistas renascentistas e barrocos, com o objetivo de mostrar a evolução interna