Estigmas das favelas
UM OLHAR SOBRE A TRANSFORMAÇÃO HISTÓRICA DO CENÁRIO CARIOCA DESDE A ABOLIÇÃO
NITERÓI
ABRIL DE 2013
“ Eu sei que já faz muito tempo, que a gente volta aos princípios
Tentando acertar o passo,usando mil artifícios
Mas sempre alguém tenta um salto, e a gente é que paga por isso, oh!
Fugimos prás grandes cidades, bichos do mato em busca do mito
De uma nova sociedade, escravos de um novo rito
Mas se tudo deu errado, quem é que vai pagar por isso?
Quem é que vai pagar por isso? Quem é que vai pagar por isso?
Quem é que vai pagar por isso? (...)
A favela é a nova senzala, correntes da velha tribo
E a sala é a nova cela, prisioneiros nas grades do vídeo
E se o sol ainda nasce quadrado, e a gente ainda paga por isso
E a gente ainda paga por isso, e a gente ainda paga por isso
E a gente ainda paga por isso (...)
Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais revanche (...)”
LOBÃO
O nome de uma favela pode ter raízes poéticas (Babilônia), religiosas (Santa Marta) ou geográficas (Grota), mas tem sempre uma explicação. O termo “favela” nasceu no final do século XIX, com a chegada de cerca de dez mil ex-combatentes da Guerra de Canudos, com a promessa de ganhar casas na então Capital Federal. Com os entraves burocráticos que atrasaram a construção dos alojamentos, estes ocuparam provisoriamente as encostas do morro, e a batizaram de Morro da Favela, pois este era o nome do local que serviu de base para o acampamento dos soldados republicanos próximo a Canudos e que tinha um tipo de arbusto típico do sertão Nordestino, chamado faveleiro. Hoje, o Morro da Favela é também conhecido como Morro da Providência. Com o passar do tempo, o termo favela passou a ser a classificação de qualquer conjunto de barracos aglomerados sem traçado de ruas ou acesso a serviços públicos, sobre terrenos públicos ou privados, invadidos e ocupados.
Vemos então, que a história das favelas, que hoje já possuem nova denominação com o uso do termo