Reflex o sobre o filme
O filme a “Cidade de Deus” retrata a vida nos anos 60, 70 e 80 numa favela do Brasil, narrada por um menino chamado Buscapé que assim como tantas outras crianças da sua geração cresceu com um dilema: seguir um longo caminho mas percorrê-lo de forma honesta ou seguir o aliciante caminho do crime. Esta favela dominada pela violência, criminalidade e controlada pelo narcotráfico mostrada no filme, gira em torno de um enredo fictício onde está na verdade, ligado á realidade sociocultural vivida no Brasil.
Nem que seja através dos média, todos nós temos uma perceção do mundo de miséria quase absoluta, jogos de poder e corrupção policial que se vive nas favelas brasileiras. Neste sentido, o filme “Cidade de Deus” deixa-nos a pensar naquela realidade social e a história das classes marginalizadas pela sociedade brasileira.
No início do filme, nos anos 60 após a guerra de classes, levou o governo do Rio de Janeiro a excluir os pobres sem ter outra opção sem ser muda-los para favelas. Toda esta circunstância e com cada vez mais a junção de pessoas vindas de todo o lado, desencadeou o caos e marginalização que veio gerar o problema mais grave da sociedade brasileira nos anos 70: o narcotráfico nas favelas. Assim, a violência na “Cidade de Deus” encontra-se fora de controle e qualquer motivo serve para matar, pois, até mesmo crianças matam crianças simbolizando o fim da inocência, ou seja, ocorre uma génese social do desvio.
No entanto, esta“ Cidade de Deus” mostra-nos que a bondade e a maldade são características naturais e que a vida na favela não influência no comportamento de quem nasce predestinado a ser bom, mas é capaz de contribuir para tornar pior aquele que já nasceu mau. O melhor exemplo disso é da personagem que narra o filme (Buscapé), fotógrafo por vocação que conseguiu sair da favela sem nunca ter tocado numa arma e que mesmo cercado por drogas e pela criminalidade conseguiu não tornar-se num marginal e conseguir um