Estetica no periodo moderno
Toda a história humana, desde os tempos pré-históricos, é marcada pela arte, porque é o modo como os homens manifestam todos os seus sentimentos, caracteriza-se por fazê-lo penetrar-se na sua intimidade e elevá-lo ou transcendê-lo, a fim de expressar o que sente. Através de sensações corpóreas, quer pela visão quer por um dos outros órgãos do sentido, a arte torna-se um intenso diálogo entre o eu, o mundo e os outros. A era moderna, sem dúvida, ofereceu ao mundo valiosa contribuição seja no campo artístico ou para a reflexão filosófica, bem como às ciências, apontando que é possível todas as formas de atividades do homem estar interligadas. Esse período foi berço de grandes construções filosóficas, dentre as quais, neste trabalho, abordam-se as de Hegel e Schelling, no tocante ao que se pronunciam a respeito do belo e da sua relação com a pessoa e tudo o que está a sua volta e o envolvimento da arte com o mundo metafísico, que foi considerada como revelação e cópia, embora imperfeita, do transcendente. Para aqueles pensadores, a arte é o meio de aproximação com o mundo além da imanência, pois tudo provém daí.
Não é possível pensar a arte afastada da reflexão filosófica, pois sendo expressão do homem e de si mesmo, requer compreensão que está além dos sentidos humanos ou de meros instintos, porque eleva o homem além de sua corporeidade, embora esteja intimamente ligada a ela.
1 A ESTÉTICA E O PERÍODO MODERNO
O período moderno, compreendido entre a queda de Constantinopla, em 1453 e a Revolução Francesa, em 1789, foi um tempo de intensas transformações, que ainda hoje, quase cinco séculos depois, continua a ecoar na vida das pessoas.
Paralelamente com o início dessas mudanças, o renascimento artístico europeu teve por objetivo “[...] dignificar o trabalho do artista, ao elevá-lo à condição de trabalho intelectual” (ARANHA e MARTINS, 1998, p.365), visto que a obra desvincula-se da função catequética, que lhe fora atribuída pelos medievais,