ESTETICA DA RECEPCAO
Faculdade de Comunicação e Artes
Rafaela Cristina Fernandes Ramos
As relações entre a Teoria da Estética da Recepção e as Obras de Ítalo Calvino
Belo Horizonte
2015
Ao longo dos anos, as teorias literárias e a estética tradicional, ao analisar determinada obra, relacionavam apenas a obra e o autor, deixando de lado o papel desempenhado pelo leitor. Na segunda metade do século XX, na Alemanha, surge a Teoria da Estética da Recepção, concebida por teóricos tais quais Wolfgang Iser e Hans Robert Jauss.
A partir de então, a literatura é vista como um processo de produção, recepção e comunicação, do qual o leitor é peça fundamental. Na Teoria da Estética da Recepção, o sentido é construído pela interação entre autor e leitor através da obra, elevando a importância da interpretação e o sentido textual a patamares equivalentes à linguística e estilo. Em outras palavras, a partir de então, foi instituído certo dinamismo nas relações literárias, deixando de lado o caráter passivo do leitor e reconhecendo sua contribuição para a legitimação de uma obra.
O leitor não mais recebe a informação e a toma como verdadeira sem antes analisa-la. Deixa de ser uma figura inerte e se torna completamente ativo. A partir de então, “digere” o conteúdo que lhe foi passado, interpretando-o de forma crítica e conferindo sentidos próprios, de acordo com seu quadro de referências. O leitor tem suas próprias expectativas a suprir, seus próprios desejos e, a maioria deles, está diretamente ligado à obra. Essas expectativas são depositadas na leitura e o autor pode, ou não, conseguir superá-las. Dessa forma, há um permanente e valioso diálogo entre leitor e obra, que é sempre renovado, de acordo com o contexto histórico no qual o receptor está introduzido. A leitura realizada de um texto pode variar de acordo com diversos fatores. É possível que varie com o tempo ou com o contexto social, político e econômico do