Estereotipos e discriminaçao
Aborda os estereótipos do universo feminino e o preconceito racial
No filme “Histórias Cruzadas” temos de um lado a retratação do universo das mulheres negras nos anos 60, no Mississipi. Uma época na qual o racismo imperava de forma cruel, incluindo a presença de um grupo de extermínio racial. Essas mulheres negras eram conduzidas a função de empregadas domésticas por falta de oportunidades e faziam sacrifícios de todos os tipos para não deixarem que seus descendentes declinassem para o mesmo destino. Em tal condição, numa época em que o preconceito racial não era visto como crime, essas mulheres eram tratadas da forma menos digna possível, isso incluía a construção de banheiros fora da casa dos patrões com o argumento de que os brancos não podiam usar o mesmo vaso sanitário dos negros porque pegariam doenças.
Do outro lado da história, observamos o universo das mulheres brancas que eram destinadas a encontrar um marido, formar família muito cedo e engravidar rapidamente. Mas, por terem filhos jovens demais, acabavam passando a responsabilidade de cuidar das crianças para as negras que também cuidavam da casa. Eram essas governantas que tentavam ensinar algum valor para essas pobres criaturas, praticamente abandonadas por suas mães, que ao delegarem suas tarefas, viviam apenas preocupadas em se empetecarem para fazer participação em eventos sociais da elite americana. Assim, essas mulheres adentravam em um universo no qual a futilidade, o histrionismo, a histeria, a falsidade e a beleza superficial predominavam. Eram moças que apenas mantinham as aparências para corresponderem a uma sociedade hipócrita e excludente. Ao retratar o universo das mulheres brancas de forma caricata e exagerada, também é retratado o universo doloroso e difícil das mulheres negras.
“Histórias Cruzadas” é um filme que tem como enfoque o preconceito racial e a consequente violência advinda desse sentimento, no entanto, vai além