Estatinas
5.2.1 Histórico da descoberta
Desde 1950, se conhece o risco que representam as taxas elevadas de colesterol plasmático para as doenças coronarianas, sendo o controle plasmático do colesterol ligado às proteínas de baixa densidade (LDL), fundamental para prevenir o risco destas doenças de elevado índice de mortalidade. Com efeito em 1975, Akira Endo, nos laboratórios Sankyo (Japão), isolou o derivado policetídeo, compactina (mevastatina, R=H), do fungo fermentado Penicillum brevicompactum. Mais tarde, esta substância foi também obtida de Penicilium citrinum2. Em 1979, a lovastatina (Mevacor®), homólogo em C-7 da compactina, foi isolada a partir de culturas de Monascus ruber. Em 1982, ensaios clínicos preliminares demonstraram que a lovastatina reduzia significativamente o LDL, com excelentes benefícios terapêuticos para os pacientes estudados, levando à sua aprovação, em 1987, pelo FDA. Em 1974, pesquisadores dos laboratórios Merck lograram identificar a lovastatina em uma segunda fonte natural, Aspergillus terreus, no âmbito de um projeto de pesquisa sobre produtos naturais de fermentação para “screening”. Estudos posteriores de otimização levaram à simvastatina (Zocor®), análogo sintético da lovastatina que representa, ao mesmo tempo, a simplificação molecular do produto natural original e sua otimização. Esta substância ingressou no mercado na década de 70 como o primeiro fármaco antilipêmico sintético, atuando como inibidor de HMGCo-AR e representando, portanto, autêntica inovação terapêutica para controle do colesterol plasmático. Em 1987, o principal metabólito ativo da compactina foi identificado como sendo o produto de hidrólise metabólica da função δ-lactona-β-hidroxilada. Este metábolito ativo quando oxidado na posição alílica em C-7 do sistema decalínico resultou na pravastatina (Pravachol®), lançada no mercado pelos laboratórios Bristol-Myers Squibb como a primeira estatina com a função lactona aberta,