ESTAMOS REALMENTE CONECTADOS?
“Nunca na história desse planeta” tivemos tanta facilidade de conexão, facilidade para encontrar pessoas e de buscar e dissecar perfis pessoais. Mas o que vemos são contatos cada vez mais desconexos, no sentido de interconexão entre as pessoas, no nível humano.
A propaganda de uma operadora de telefonia reflete bem essa questão. A cena é de um casal em um restaurante onde o homem acaricia o pãozinho, ao invés de acariciar a mão de sua companheira, ao mesmo tempo em que ambos estão operando seus smartphones. É o paradoxo de quão distantes estamos nos tornando, apesar de podermos estar cada vez mais perto.
E não só na vida pessoal, mas nas empresas a desconexão também se apresenta. Uma recente pesquisa da Ken Blanchard Companies informa que 81% dos líderes não ouvem seus liderados, 82% dos líderes não dão feedback apropriado, 28% dos funcionários nunca ou raramente discutem suas tarefas e metas com seus líderes. E um dado mais preocupante. 34% encontram-se com seu chefe somente uma vez na semana.
Ou seja, temos à disposição diversos instrumentos que nos aproximam, mas o que vemos é uma metamorfose das relações, que trocam o contato “olho no olho” pelas telas de smartphones, tablets e outros gadgets. Para se ter uma ideia, segundo a pesquisa da empresa Impressions (Texas USA), o tempo gasto por um adulto no olhar diretamente no olho do interlocutor, caiu para uma média de 30% a 60%, quando o ideal numa boa conversa seria de 60% a 70%.
A área de desenvolvimento de pessoas das empresas precisa estar extremamente atenta para esse fenômeno, pois não adianta treinar diversas competências dos colaboradores e principalmente da liderança, se a capacidade de interagir no nível humano, de parar para ouvir e olhar, de procurar entender o outro ser humano ainda não foi internalizada. É puro desperdício de tempo e dinheiro.
E a ação tem que ser contínua, pois, em dez anos, as tecnologias serão totalmente diferentes das que