Estamira – O Sujeito Singular - Relato de caso
O presente trabalho relata o caso do documentário Estamira, escolhido pela equipe por sua complexidade e dinamicidade.
“Estamira conta a história de uma mulher de 63 que sofre de distúrbios mentais, vive e trabalha no Aterro Sanitário de Jardim Gramacho, um local renegado pela sociedade, que recebe diariamente mais de 8 mil toneladas de lixo produzidos no Rio de Janeiro. Com um discurso eloqüente, filosófico e poético a personagem central do documentário, levanta de forma íntima questões de interesse global, como o destino do lixo produzido pelos habitantes de uma metrópole e os subterfúgios que a mente humana encontra para superar uma realidade insuportável de vida” (PRADO, 2006).
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA PERSONAGEM/PACIENTE:
Estamira Gomes de Souza, 63 anos, sexo feminino. Teve dois casamentos, atualmente separada e catadora de lixo. Tem três filhos e não professa religião (tema inclusive do seu discurso místico) posiciona-se contrária a idéia de Deus ou Jesus. Quando o filho ou conhecidos falam deste assunto, provoca reações nervosas em Estamira. Não foi possível saber a sua escolaridade ou local de nascimento. Vive sozinha em uma casa construída pela mesma de madeira e piso de terra. Tem 03 filhos que não moram com ela, frutos de relacionamentos diferentes, convive com outras pessoas na mesma condição que ela, no lixão e na comunidade onde fica a sua casa.
ANTECEDENTES PESSOAIS E FAMILIARES DE RELEVÂNCIA
Senhora com distúrbios mentais, que vive de um lixão na Grande Rio (Duque de Caxias, especificamente), Estamira, em seus acessos nervosos, vocifera contra Deus, contra a alienação dos seres humanos pela religião e pelos remédios (“dopantes”), contra uma suposta sociedade de controle, estruturada para calar a voz e os pensamentos dos rebeldes (ela). Em sua retórica irada e em suas manifestações