estagio
Angela Ribeiro Rodrigues *
Este artigo pretende fazer algumas reflexões sobre a importância do institucionalismo. seus objetivos e proposta compartilhada de trabalho entre as várias correntes que podem ser incluídas sob este nome. Propõe-se a focalizar suas principais abordagens e a metodologia de intervenção institucional.
"O indivíduo que temos diante de nós não é, frequentemente, senão o "terminal" de todo um conjunto de agenciamentos sociais. E, se não atingimos o cerne desses agenciamentos, embarcamos em atitudes fictícias".
Félix Guattarí
1. Introdução - O institucionalismo enquanto processo
O institucionalismo não é uma ciência ou disciplina, mas um movimento, enquanto conjunto de tendências, saberes e afazeres que pretendem deflagrar nas comunidades, nos coletivos, processos de auto-análise e autogestão. Seu objetivo é romper com o saber do especialista para construir um saber a partir da própria experiência de grupos, coletivos e pessoas.
"A palavra autogestão vem do grego e do latim, autos=auto e gerére= gerenciar, administrar, isto é, um sistema que se autogerencia" (PEREIRA, s/d:72). Mas auto-análise e autogestão, segundo Baremblitt (1992) são processos diferenciados, que se articulam simultaneamente. Auto-análise, enquanto produção e re-apropriação de um conhecimento acerca de si mesmo: necessidades, desejos e recursos e que é o resultado e o procedimento da organização que os coletivos se dão para gerenciar suas vidas (autogestão). Isso significa que têm de construir dispositivos ou agenciamentos , como assembléias ou grupos de discussão, e se aliarem a experts críticos e integrados à instituição, objetivando produzir acontecimentos e inventar o novo.
De acordo com Melo (1991). no próprio processo de auto-análise e autogestão, o que se busca é desfazer os mecanismos, invisíveis às vezes, de submissão e controle, aos quais estão submetidos todos os coletivos, o dos institucionalistas inclusive.