Esquizofrenia e saber psiquiatrico
Palavras-chave: Esquizofrenia, Doença mental, Nash, Psiquiatria, Psicopatologia, Loucura
Resumo
Esse trabalho tem por finalidade discorrer sobre a esquizofrenia vivenciada por John Nash, baseado no filme “Uma mente Brilhante,” refletindo e problematizando aspectos da dimensão ética e política da loucura, assim como a sua desnaturalização como doença mental e objeto do saber psiquiátrico, dentro da perspectiva do discurso jurídico da inclusão, atentando para a dimensão da exclusão nessa inclusão. Traz-se também, o artigo A Imagem do Psiquiatra em Filmes Ganhadores do Premio da Academia entre 1991 e 2001 - Trata-se de um apanhado, que busca elucidar a visão negativa ou idealizadora, que se faz a respeito do profissional da psiquiatria.
Introdução
A origem do conceito esquizofrenia se deu com Kraepelin, Bleuler e Schneider. Geralmente se afirma que o termo é derivado do seu ancestral Demência Precoce, proposto por Kraepelin na 4ª edição do seu tratado, onde o autor observou que pacientes jovens, após um período psicótico, sofriam um “enfraquecimento psíquico,” sem que necessariamente se tornassem dementes. Kraepelin considerava que qualquer patologia mental, não poderia ser caracterizada por um conjunto de sintomas, tendo em vista sua grande mutabilidade.
Bleuler concebia várias esquizofrenias, devido seus subtipos, preocupava-se em definir sintomas, mesmo sem considerar uma entidade clínica única. Ele não se contrapunha ao conceito Demência Precoce, mas o aperfeiçoa em suas variáveis: dilatação da idade e valorização de alguns sintomas que seriam denominados fundamentais para o diagnóstico. A principal diferença entre Kraepelin e Bleuler reside no fato de que as descrições Kraepelianas eram empíricas, ao passo que as de Bleuler são guiadas por uma teoria, onde o sintoma fundamental é uma alteração cerebral subjacente e os acessórios representam uma reação da personalidade. Essa desconexão entre sintomas fundamentais