esquete

(Gritos irrompem o início da cena no cemitério)
Emilly: O que está acontecendo? Porque ela não para de gritar? Hora de aceitar a morte, não?
Olga: Não é tão fácil quanto parece, Emilly. Nossa amiga está tendo uma morte difícil.
Mariana: Morrer nesse cemitério não é uma das melhores coisas que podem acontecer. Esse lugar é feito para enterrar, não para morrer.
Caroline: Concordo. Até mesmo eu, que já estou aqui há anos, me assusto as vezes. Tudo aqui é tão abandonado, destruído, assim como o coração do homem que colocou essa mulher que vos grita agora aqui. Talvez trazer Raquel até aqui não tenha sido só para matá-la, mas para mostrar que esse cemitério estava tão abandonado quanto seu coração.
Emilly: Tão abandonado e tão assustador, não é? Esse cemitério sempre me passa essa imagem tensa. Cada dia me assusto mais. Meu próprio tumulo já é coberto de musgos, de tanto tempo que não recebo uma visita...
Olga: Acho que ninguém mais recebe visitas aqui. Se eu fosse viva, não pisaria nesse lugar. É assustador, sombrio, triste, me dá vontade de chorar só de estar aqui há tanto tempo...
Mariana:Não sei como essa moça aceitou vir até aqui... Mas afinal, quem imaginaria? Um rapaz magro, esguio, aparentava ser tão gentil, carinhoso e paciente, bonito até. Parecia tão apaixonado pela garota...
Caroline: Eu vi esse tal Ricardo passando pelo meu túmulo. Não me pareceu nada amigável. Vez ou outra seu rosto se transformava, enchia-se de rugas, como se guardasse rancor no coração.
Emilly: Procurei reparar bastante em seu rosto. Sempre que sorria, essas rugas desapareciam.
Olga: Como se quisesse passar essa imagem de felicidade, de homem amoroso, quando seu interior refletia outra coisa.
Mariana: Vez ou outra apanhava um pedregulho e o jogava longe. Acho que numa tentativa de descontar a raiva em algo, sem deixar isso transparecer.
Caroline: E quando apanhava o pedregulho era que seu rosto se transformava. Foi o que mais me assustou. Era como se tivesse muita