ESPORTE É SAÚDE?
Os dados obtidos pelos estudos de caso evidenciam as seguintes questões: 1) os atletas consideram realmente, que o fato de participarem de processo de treinamento os torna mais saudáveis; 2) os atletas não são esclarecidos quanto aos processos de treinamento, salvo raras exceções; 3) a alta incidência de lesões, é considerada normal, por parte dos atletas; 4) acreditam realmente que a prática esportiva (de alto rendimento) pode proporcionar saúde; 5) contraditoriamente, todos os atletas entrevistados afirmaram já ter jogado lesionados ou ingerido medicamentos para suportar a dor; 6) da mesma forma, todos afirmaram que o convívio com a dor é cotidiano, precisando de medicamentos para superá-la. As informações obtidas apontam para as seguintes interpretações: as relações entre esporte de rendimento e saúde retratam de forma clara a relação entre saúde e esporte difundida à população ‘consumidora’. Cenas oriundas do mundo esportivo, tais como doping, lesões, a lógica do esporte moderno, a ideologia do corpo belo, que supostamente representa o corpo saudável; o rendimento obrigatório e o rendimento possível, são temas que precisam de maior esclarecimento junto a população. Nesse sentido, urge a necessidade de relativizar de forma mais concreta as relações entre saúde e os cenários esportivos de alto rendimento, proporcionado maiores esclarecimentos, visto que esse estudo apresenta informações diferentes daquela veiculada pela maioria dos meios de comunicação.
CONCLUSÕES:
Os caminhos que o esporte de alto rendimento vem tomando e sua relação com o desenvolvimento do processo civilizatório, precisam de uma discussão mais aprofundada. Não cabe mais perguntar o que é bom para o esporte, mas como ele pode ser positivo para a saúde, para as pessoas, independente de se tratarem de atletas ou não. O fenômeno esportivo aponta o caminho de um processo de idealização, realçado pela ilusória busca do aperfeiçoamento infinito, e ergue-se como uma figura