espinosa resumo

322 palavras 2 páginas
De Deus

Deus, ou a natureza, é autoprodutora, ou seja, causa de si, disto se segue que ele é incausada e sendo assim uma substancia que não tem como causa nenhuma outra se não a si mesma é infinita e eterna, não se entendendo aqui a eternidade em um sentido corretamente de tempo indeterminado, mas sim como a própria negação do tempo.
Ora sendo Deus infinito é lógico que ele é constituído por infinitos atributos, ou melhor dizendo infinitas essências. Não podem existir duas substâncias, pois se assim fosse uma seria causa da outra, perdendo assim seu status de substância e, gerando, por conseguinte uma contradição. A todos os demais seres que não são a substância dá-se o nome de modos, estes modos são efeitos que tem como causa a substância e são constituídos dos mais variados atributos e por consequência também das mais variadas afecções.
Cada ser é um modo único da substância, sendo eles modos únicos da substância é compreensível, portanto, que haja tanta diferença entre os seres, mesmo aqueles que parecem semelhantes por alguma afecção são, na verdade, distintos em sua essência.
Ora do que foi exposto acima algumas considerações se fazem necessárias. Em primeiro lugar é de se notar que, ao contrário do que se vê em outros pensamentos, Deus aparece aqui como sendo uma causa imanente e não transcendente de onde se conclui forçosamente que existe apenas um mundo em que pensamento e extensão são compreendidos apenas e tão somente como atributos da substância. Em segundo lugar, mas não menos importante, é necessário atentar para o fato de que se todos os modos derivam dos infinitos atributos da substância, sendo assim a substância pode ser compreendida como sendo a própria natureza.
Das considerações feitas no paragrafo anterior se extraem as ideias centrais deste capitulo, quais sejam a ideia de que existe apenas um mundo (monismo) e ideia de que Deus compõe toda a natureza existente (panteísmo).

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